VERGONHA NO CORPO DE BOMBEIROS – PARTE I
O EXEMPLO QUE NÃO VEM
DE CIMA
Quem nunca ouviu nas instituições militares aquela conhecida
frase: faça o que eu mando e não faça o que eu faço. Essa é a máxima
da hipocrisia e da cara de pau nas corporações. Significa que quem está no topo
da pirâmide pode fazer tudo, mas envolvido em sua capa
de “semi-deus”, se atreve a fiscalizar aqueles da base da pirâmide que ousam
fazer as mesmas coisas.
O bom de uma instituição pequena como o Corpo de Bombeiros,
com um efetivo mínimo, é que todo mundo conhece todo mundo, todo mundo sabe das
estripulias de todo mundo.
No Corpo de Bombeiros todo mundo conhece aqueles que envoltos
em sua cara de pau esquecem que o código de ética proíbe, por exemplo, um
militar ter um outro emprego. Aliás, está pratica é perseguida e até punida
quando o militar é da base, mas e quando isso acontece na cúpula?
Ou será que o Alto Comando do Corpo de Bombeiros não sabe, ou
finge não saber, e transgride por omissão, que tem gente que se aproveita de
sua condição de alta patente, e usando o artifício de colocar sua empresa em
nome de sua esposa, busca contratos usando de tráfico de influência. E olha, que o tráfico de influência é latente. Isso é
verdade ou mentira?
O Código de Ética afirma em seu artigo 13, inciso I “exercer
em caráter privado, quando no serviço ativo, diretamente ou por interposta
pessoa, atividade ou serviço cuja fiscalização caiba a Polícia Militar ou ao
Corpo de Bombeiros Militar ou que se desenvolva em local sujeito à sua
atuação”.
Será que o Comando do Corpo de Bombeiros não sabe que tem
gente lá em cima na cúpula que usa de sua condição para tráfico de influência
em favor de sua empresa particular? Será que o Comando do Corpo de Bombeiros
não sabe que este mesmo cidadão deixou de pagar vários militares que
trabalhavam em sua empresa? Isso, em tese, não está configurado como
transgressão grave? Isso tem um nome: TRAMBIQUE!
Tem cidadão que chega ao cúmulo de não usar motorista para
que ninguém saiba de suas estripulias em horário de serviço, ou melhor, “ para
não saber de seu uso do posto para obter facilidade pessoal ou encaminhar
negócios particulares”. Mas, o que me deixa mais encabulado é o
silêncio do comando. Todo mundo sabe de todas as artes, e o comando não sabe?
Ou será que pode, por que é da cúpula?
Em breve vamos noticiar mais deste cidadão. Tem coisas que
saltam os olhos.
Eis a nossa critica como advogado da postura do Comando do Corpo
de Bombeiros no trato deste assunto.
Júlio Cesar Gomes dos
Santos
Advogado
OAB/MG 136.636
FONTE: BLOG DO CABO JULIO
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