sexta-feira, 21 de outubro de 2011

CNI/IBOPE - NO BRASIL, 46% ACEITAM PENA DE MORTE E 51%, PRISÃO PERPÉTUA


No Brasil, 46% aceitam pena de morte e 51%, prisão perpétua. Pesquisa CNI/Ibope mostra que 80% dos entrevistados mudaram hábitos por causa da violência no último ano. 19 de outubro de 2011 | 23h 24 - Lisandra Paraguassu - O Estado de S.Paulo


BRASÍLIA - Nos últimos 12 meses, quatro em cada cinco brasileiros mudaram de hábitos por causa da violência. Como resultado direto, também é cada vez maior o número de pessoas a favor de punições maiores, incluindo pena de morte, prisão perpétua e diminuição da maioridade penal. Em alguns casos, defende-se até a violência policial. É o que mostra pesquisa CNI/Ibope sobre segurança, feita em julho, com 2.002 pessoas em 141 cidades.

Mesmo concordando com o uso de penas alternativas em casos de delitos leves, 83% dos entrevistados acredita que penas mais severas reduziriam a criminalidade. A maioria reclama que a impunidade vem aumentando. Mais da metade (51%) apoia totalmente a prisão perpétua, inexistente no Brasil. Um porcentual significativo - 31% - defende a adoção da pena de morte e outros 15% acham que pode ser justificada em alguns casos.

"Há um paradoxo nessa situação. As pessoas acreditam nas políticas sociais, mas há uma vontade de aumentar o rigor. Acredito que tenha a ver com a urgência de uma sociedade que está sofrendo com a violência", afirmou o gerente executivo da Unidade de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca.

O levantamento informa, ainda, que 80% dos brasileiros mudaram seus hábitos no último ano, por causa da violência. A maior parte dos entrevistados pela CNI prefere não andar com dinheiro, preocupa-se mais ao chegar ou sair de casa e do trabalho, evita sair à noite e até mesmo deixou de circular por determinadas ruas ou bairros como medida de segurança. O mesmo número de pessoas diz ter assistido, nos últimos 12 meses, algum ato de violência ou algum crime; 30% foi ou teve um parente próximo vítima de um crime.

De acordo com Renato da Fonseca, a pesquisa retrata uma sociedade que está sofrendo com a violência, mas não é violenta em si. "Fica muito claro que as pessoas não estão podendo circular livremente pela cidade. Claramente a violência traz impactos à vida e aos hábitos das pessoas."

Apesar dessa visão, a pesquisa mostra que um quarto dos entrevistados, mesmo sem ter confiança na polícia, acredita que a violência oficial pode ser justificada pela violência dos criminosos. Outros 25% concordam em parte com essa afirmação.

Outra contradição envolve a proibição da venda de armas, derrotada no plebiscito de 2005: 54% dos entrevistados hoje se declararam contrários ao porte de arma pela população.

Maioridade. O constante envolvimento de menores em crimes tem um reflexo claro na pesquisa. Essa é uma das questões em que há maior unanimidade nas respostas: 75% dos entrevistados defendem a redução da maioridade para 16 anos e o mesmo número acredita que adolescentes que cometem crimes violentos deveriam ser punidos como adultos.

OPINIÃO

- 60% concordam com penas alternativas para crimes menos graves
- 57% acreditam que não haverá redução da criminalidade com a legalização da maconha
- 65% dos entrevistados concordam com a proibição de venda de bebidas alcoólicas após a meia-noite para reduzir índices de violência
- 53% são favoráveis à privatização dos presídios

CNI/IBOPE - VIOLÊNCIA FEZ 80% DA POPULAÇÃO MUDAR DE HÁBITO


Pesquisa. Violência fez 80% da população mudar de hábito e 79% presenciaram algum crime nos últimos 12 meses, diz CNI/Ibope - O GLOBO, 19/10/2011 às 12h04m; Juliana Castro

RIO - Mais da metade dos brasileiros (51%) reprova as condições de segurança no país e pelo menos 80% da população já mudaram de hábitos diante da escalada da violência. Divulgada nesta quarta-feira pela Confederação Nacional da Indústria e pelo Ibope, a pesquisa "Retrato da Sociedade Brasileira: Segurança Pública" revela ainda que 79% presenciaram algum tipo de crime ou situação de violência nos últimos 12 meses.

A maioria dos entrevistados que disseram ter mudado de hábito disseram que evita andar com dinheiro (63%). Outros aumentaram o cuidado para sair ou entrar em casa, na escola ou no trabalho (57%) e evitam sair à noite (54%). Embora seja minoria, 2% disseram ter comprado arma por conta da violência.

- Fica muito claro que as pessoas não estão podendo circular livremente nas suas cidades. Claramente a violência está impactanto na mobilidade e na maneira de os cidadãos se relacionarem com a cidade - disse o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca.

Já entre os entrevistados que presenciaram alguma situação de violência ou algum crime nos últimos 12 meses, 67% disseram ter visto alguém usando drogas na rua, 51% afirmaram que presenciaram a polícia prendendo alguém e 41% viram uma pessoa sendo agredida. Segundo a pesquisa, 8% viram alguém sendo assassinado no período mencionando.

As Forças Armadas e a Polícia Federal são as instituições consideradas mais eficientes pela população, com aprovação de 63% e 60% respectivamente. Como o levantamento levou em conta todos os órgãos que servem a comunidade em assuntos de segurança pública, o Congresso ficou na lanterna nesta avaliação, com a aprovação de apenas 23% dos entrevistados.

- A PF tem feito várias ações contra a corrupção e isso, provavelmente, levantou essa percepção de eficácia. Fica um discurso do tipo a PF prendeu e a Justiça soltou - explicou Fonseca.

Maioria apoia prisão perpétua, mas pena de morte ainda divide opiniões

O levantamento buscou saber ainda como pensa o brasileiro em relação a temas polêmicos relativos à segurança pública. Com isso, foi possível saber que 51% se mostraram totalmente a favor da prisão perpétua, mas o mesmo não acontece com a pena de morte, que tem o apoio total de 31% da população.

Em outro ponto pesquisado, os entrevistados se posicionaram sobre as medidas que poderiam melhorar a atuação da polícia. E melhorar o salário foi a solução apontada por 42%, seguido de perto pelo aperfeiçoamento na formação do profissional (41%). A punição exemplar dos maus policiais foi apontada por 37% dos entrevistados.
A pesquisa foi realizada do dia 28 a 31 de julho de 2011 e ouviu 2.002 eleitores acima dos 16 anos em 140 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
fonte:blog da insegurança

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