terça-feira, 3 de janeiro de 2012

GREVE DA PM DO CEARÁ SITUAÇÃO CRÍTICA

03/01/2012 17h54 - Atualizado em 03/01/2012 17h59

'Tudo parou', diz jovem sobre a volta 



para casa com paralisação da PM-CE



Trabalhadores pediram para sair cedo por causa de boatos de arrastão.
PM segue acampada em quartel da cidade.

Giselle DutraDo G1 CE
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Trabalhadores estão pedindo liberação das empresas para ir para casa mais cedo em Fortaleza, nesta terça-feira (3), por causa da paralisação dos policiais militares e bombeiros desde a última quinta-feira (29) e de rumores de insegurança nas ruas da capital. O contador Bruno Cardoso, 25 anos, por exemplo, foi liberado por volta do meio-dia do local de trabalho, a Prefeitura de Fortaleza. ''Estava tudo parando'', disse Cardoso.
Contador Bruno Cardoso (Foto: Bruno Cardoso/Arquivo Pessoal)Funcionário da prefeitura de Fortaleza, Bruno
Cardoso foi liberado por volta do meio-dia
(Foto: Bruno Cardoso/Arquivo Pessoal)
O fucionário afirmou ter visto soldados do Exército nos arredores do local de trabalho, na Avenida Luciano Carneiro, no Bairro Vila União. "Voltei de carro e foi tranquilo. Ao longo do caminho não vi nada de ocorrência, apenas as lojas e restaurantes fechando. Vi tudo parando", afirmou. Cerca de 100 pessoas que trabalham no órgão também foram liberadas.
Com medo de possíveis arrastões, boa parte do comércio fechou as portas mais cedo nesta terça-feira (3). A publicitária Taciany Ferreira, 27 anos, disse que estava escrevendo e-mail para a coordenadora encerrar o expediente. "Saí mais cedo para ir a outra sede da empresa em outro bairro e me assustei porque vi tudo parado. A gente ainda ficou sabendo que teve muitos assaltos", relatou.
Mais cedo, agentes de trânsito, servidores administrativos municipais e duas agências do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) em Fortaleza encerraram as atividades no expediente da tarde desta terça-feira (3) alegando insegurança por conta da paralisação da Polícia Militar e bombeiros.
Lojas de rua e de shoppings de Fortaleza fecharam as portas ou reforçaram a segurança particular com receio de assaltos e arrastões, na manhã desta terça-feira (3), em ruas como a Floriano Peixoto.
Muitos lojistas da Av. Bezerra de Menezes, em Fortaleza, fecharam seus estabelecimentos ainda pela manhã (Foto: Elias Bruno/G1 CE)Muitos lojistas da Av. Bezerra de Menezes, em Fortaleza, fecharam seus estabelecimentos ainda pela manhã (Foto: Elias Bruno/G1 CE)

Os policiais e bombeiros reivindicam aumento salarial reajuste salarial de 80% em quatro anos, sendo aumento de 20% em cada ano. Eles também pedem promoções e redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. Atualmente, de acordo com o coronel da PM Fernando Albano, os PMs do Ceará trabalham em média 46 horas semanais.
Os policiais paralisados pedem ainda anistia pela participação em ato de protesto no dia 17 de dezembro, quando servidores protestaram durante uma visita de Cid Gomes a obras do Metrofor, o metrô de Fortaleza.
Por conta da paralisação dos PMs, cerca de 10 mil, segundo Flávio Sabino, o governo do estado decretou situação de emergência e convocou homens das Forças Armadas e Força Nacional de Segurança Pública, autorizada pela presidente Dilma Rousseff em edição extra do Diário Oficial da União de 31 de dezembro.
Na segunda-feira (2), a Justiça decretou retorno imediato dos policiais e bombeiros ao trabalho. Em caso de descumprimento da determinação, cada policial está sujeito a multa diária de R$ 500, e as associações devem pagar multa de R$ 15.000. Apesar da decisão, os PMs seguem paralisados, acampados no 6º Batalhão.

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