Acordei
pensando da seguinte forma: baleado na quinta-feira o Cabo Gladstone
do 34 BPM foi enterrado com honras militares no Cemitério Bosque da
Esperança e junto foram enterrados todos os sonhos de uma família, da
qual ele fazia parte e o fará daqui por diante, somente nas lembranças
dos pensamentos que tem o poder de ir e vir nas nossas mentes, mesmo
quando não aceitamos.
Penso
em aceitar que tal situação faz parte do dia-a-dia do Policial
Militar, mas... no rádio surge uma nova notícia quase que com a mesma
gravidade daquela fatídica quinta. A notícia de forma contundente
alertava: deram entrada no início da madrugada de hoje no HPS João
XXIII, dois militares em, estado grave, vítimas de tentativa de
homicídio, identificando-os como CABO ANDERSON JOSÉ DA SILVA (43 anos –
lotado na Companhia de Missões Especiais) com dois tiros no
peito, grave no HPS João XXIII e Sargento GUILHERME AUGUSTO CORREIA
MATIAS (40 anos – lotado no 33º BPM – atingido na região abdominal –
estável HPS – também no bloco cirúrgico).
E retomei o meu pensamento, de uma forma mais profissional e crítica: como tem sido a formação e reciclagem de nossos militares?
“A
APM oferece vários outros cursos de extensão, bem como o Treinamento
Policial Básico (TPB), onde os policiais, a cada 2 anos, passam por uma
reciclagem e atualização de seus conhecimentos intelectuais, além de
Testes de Capacidade Física (TCF) e Treinamento com Arma de Fogo (TCAF).
Estes testes influem diretamente na Avaliação Anual de Desempenho do
militar (onde todos os policiais recebem uma nota que influencia em seu
desempenho), além de serem causa impeditiva de realização de novos
cursos para promoção, caso nao sejam alcançados os índices propostos de
acordo com seu posto/gradução e faixa etária. Oferece também cursos a
distância, com o intuito de treinar e capacitar militares que servem em
outras localidades, muitas vezes distantes da capital mineira.”
Algo
não está correspondendo ao objetivo a que se propõe a APM, precisamos
acima de tudo fazer com que o Policial Militar descubra, sem fantasia,
que ele é ser humano, carne e osso, gente que sofre, chora, ama, ri,
trabalha. Mas deve se colocar acima de tudo e de todos como aquele que
corre perigo a toda hora. Temos um potencial, mas não somos super
homens, para barrar bala de quem quer que seja no peito. Não existe
peito de aço na Corporação, não vale à pena ser herói morto.
Expor
seu rosto em determinadas situações de crime, inclui expor todos seus
familiares e tombar por um sociedade estúpida que não nos dá valor, não é
requisito para ser policial militar.
IRLENE GERALDA DE SÃO JOAQUIM
Subtenente PM QPR
fonte;blog da renata
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