Quanto você cobraria para ser policial?
Quem
não é policial muitas vezes ignora quais são os reais motivos pelos
quais os profissionais de segurança pública reivindicam atenção e
reconhecimento. Neste texto, pretendemos mostrar um pouco das agruras
por que passam os policiais, além de algumas de suas funções que parecem
ser dignas de observação quando estamos falando de valorização
profissional. Ao final, o leitor poderá responder à pergunta: “Quanto
você cobraria para ser policial?”:
Passar noites sem dormir
A maioria das pessoas só
vê a polícia quando ocasionalmente passa por uma viatura ou guarnição
durante seu cotidiano diurno, ou na parte inicial da noite. Para quem
não sabe, porém, a polícia trabalha ininterruptamente todos os dias,
inclusive no momento em que os cidadãos “normais” se encontram no
aconchego dos seus lares, aquecidos e descansados, dormindo para
enfrentar a rotina do dia posterior. Às vezes, esta jornada noturna se
estende, em virtude de ocorrências mais demoradas e problemáticas.
Durante o serviço policial, dormir, e todos os benefícios que o ato traz
ao corpo, são exceção.
Faltar a eventos familiares/afetivos
Natal? Revellion?
Carnaval? Dia dos pais? Dia das mães? Aniversário? O policial não tem
direito a qualquer destas comemorações, caso esteja escalado de serviço.
Também não pode deixar de trabalhar, se for o caso, para ir à
apresentação de teatro do filho na escola, tampouco para fazer uma
viagem romântica com o(a) cônjuge. Na polícia, o ditado popular se faz
valer: “primeiro a obrigação, depois a diversão”.
Correr risco de morte
Certamente este é o mais
óbvio dos ônus de se tornar policial, mas também o mais preocupante:
ser policial é trabalhar com a possibilidade de morte a qualquer momento
do serviço. Não são poucos os casos de policiais mortos em confronto,
ou mesmo em acidentes e incidentes possíveis no desenrolar da atividade:
colisão de viaturas em perseguições, manuseio equivocado de arma de
fogo etc.
Ser reconhecido fora de serviço
Um desdobramento do
aspecto acima mencionado está presente também quando o policial não está
mais em serviço. Caso seja reconhecido no momento de um assalto, por
exemplo, dificilmente os suspeitos serão benevolentes com o policial,
pelo receio da represália imediata e posterior. Assim, admitir-se
policial em qualquer ambiente é quase se oferecer aos riscos inerentes a
esta condição.
Salvar vidas de vítimas do crime
Cotidianamente a polícia
põe fim a seqüestros, assaltos com reféns, tentativas de homicídio,
roubos, furtos etc. Cotidianamente a polícia salva vidas, tal como o
médico o faz, com uma diferença: expondo sua própria vida.
Ser generoso, polido e negociador
Embora a imagem que as
polícias tenham entre a população brasileira seja a de uma instituição
rústica, truculenta e abrupta, o fato é que a maioria dos policiais
lidam com os problemas que se lhe apresentam no dia a dia de modo muito
mais brando. Isto porque seria praticamente impossível resolver a gama
de problemas nas ocorrências caso agisse sempre arbitrariamente. Sem o
talento da mediação, o policial estará fadado ao fracasso.
***
Frente ao contexto apresentado de modo resumido e superficial ao leitor, repetimos a pergunta título deste texto: “Quanto
você cobraria para ser policial?”. Como dizem por aí, “perguntar não
ofende” (bom seria que os governadores dos estados brasileiros
respondessem a indagação).
fonte: blog do cabo julio
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