sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
1CARREIRA ÚNICA: POLÍCIA MILITAR DO RIO MUDA ACESSO. SOLDADO AGORA PODE CHEGAR A OFICIAL
Ideia do comando segue modelo americano, em que se chega ao topo da carreira vindo de baixo. Praças poderão virar oficiais da PM, que mudou o acesso à graduação. Assim como propõe a PEC 46 da Carreira Única de autoria do Deputado CABO JÚLIO.
image: http://abordagempolicial.com/wp-content/uploads/2015/02/carreira-unica-pmerj.jpg
Rio - É como fazer uma
revolução sem usar armas. Reivindicação antiga entre especialistas em
segurança pública, a possibilidade de que praças e soldados cheguem a
oficiais na Polícia Militar do Rio de Janeiro vai se transformar em
realidade este ano.
A medida, na fase final
de elaboração pelo Estado-Maior da corporação, permitirá, por exemplo,
que um soldado, caso estude e se especialize durante sua carreira,
chegue a coronel e até a comandante-geral da PM. Hoje, o máximo a que se
pode chegar, quando se entra como aspirante, é a sargento ou oficial de
segunda linha.
“A carreira fica mais
atrativa e a polícia aproveitará seus melhores quadros”, disse o chefe
do Estado-Maior, coronel Robson Rodrigues — que se tivesse entrado na PM
como praça, não teria chance de chegar ao cargo que ocupa. “Teremos
apenas um concurso, uma única entrada, ao contrário de hoje, em que
existem dois separando praças e oficiais.”
Pela novo estatuto, que
precisa ser aprovado pela Alerj, todos terão de passar pela mesma porta
de entrada. Aprovados, fazem um curso básico de 27 semanas. Depois,
podem optar pelo curso de oficial. “Será um curso de tecnólogo feito no
Ensino à Distância (EAD), reconhecido pelo Ministério da Educação e com
provas presenciais, coisa que hoje não acontece com quem se forma
oficial”, continua Robson. “O policial terá mais atrativos, terá de se
especializar e ganhará mais conhecimento.”
Segundo o policial, o concurso para oficial da PM, que aconteceria este ano, já foi suspenso para se adaptar às novas regras.
Diretora do Centro de
Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), da Universidade Candido
Mendes, a doutora em Ciência Social Sílvia Ramos classificou a medida
como “revolucionária.” Para ela, a reformulação na estrutura da Polícia
Militar do Rio mudará os parâmetros de segurança pública do país, e
tende a se espalhar por todos os estados.
“É uma reivindicação
antiga. Hoje, temos duas polícias dentro da PM: a dos oficiais e a dos
praças”, afirma. “É muito importante que isso comece pela polícia do
Rio, até pelo simbolismo.”
Ela usa o exemplo da
carreira policial nos Estados Unidos para defender a medida, e lembra
que o mesmo acontece na Inglaterra. “Nos EUA, o chefe de polícia, um
dia, dirigiu o carro como praça. Isso é fundamental para tornar a
carreira atrativa e evitar esta separação atual, em que um jovem
aspirante a tenente nunca dialogou com o soldado em sua formação. Este é
um modelo que só existe no Brasil.”
FONTE: ODIA
Notícias da Assembleia de Minas - Cabo Júlio
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