Duas mil viaturas reforçam frota da PM em BH e interior
Veículos já estão nos pátios de batalhões, à espera da entrega, nos próximos dias, pelo governador Anastasia
Pedro Rotterdan - Do Hoje em Dia
A Polícia Militar de Minas Gerais vai receber um reforço de quase duas mil viaturas nos próximos dias. Centenas delas já estão no pátio do 5° Batalhão, no Bairro Gameleira, Região Oeste de Belo Horizonte, esperando para serem entregues. Segundo o chefe de comunicação da PM, tenente-coronel Alberto Luiz, a distribuição seria feita amanhã pelo governador Antonio Anastasia (PSDB). Mas com a morte do ex-presidente Itamar Franco, no último sábado, parte da agenda do tucano, ao longo da semana, precisou ser suspensa.
Os veículos vão suprir a falta de carros em unidades da PM no interior do Estado. Mesmo assim, algumas ainda têm parte da frota parada, já que os automóveis estragados estão sem manutenção desde 16 de junho, quando o contrato com a empresa Júlio Simões, responsável pelo conserto, terminou.
Diante dos problemas, o diretor da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra-MG), sargento Israel Sanches, teme que a população fique desamparada. "Os policiais fazem de tudo para não deixar as pessoas sem atendimento, mas as ocorrências vão começar a atrasar e bandidos podem fugir". Uma licitação para definir a nova empresa que fará o reparo dos veículos está programada para agosto, segundo a PM.
Para o diretor da Aspra-MG, o término do contrato de manutenção prejudica o trabalho dos policiais, que muitas vezes têm que fazer o patrulhamento a pé. "Algumas companhias estão com apenas duas viaturas", diz.
O sargento Sanches explica que quando um carro seguia para manutenção, a empresa fazia a substituição do veículo para evitar o desfalque. "A Júlio Simões não é mais obrigada a deixar viaturas com a PM. Eles tinham automóveis muito bem equipados e com adesivos da corporação, como previa o contrato. Só que eram particulares", afirma.
Segundo o diretor da Aspra-MG, até o fim de 2002, todas as viaturas recebiam manutenção nas oficinas mecânicas dos batalhões a que pertenciam. A partir de 2003, houve uma mudança e os carros da Patrulha de Atendimento Comunitário - responsável pelas rondas nos bairros - passaram a receber reparos em empresas terceirizadas. O restante continuou sendo consertado por policiais treinados.
As reclamações sobre a falta de viaturas chegaram à Aspra-MG depois que militares de diversas companhias resolveram expor o problema. "Eles estão incomodados com a situação". Segundo o sargento Sanches, os batalhões da capital que mais sofrem com o déficit de veículos são o 22º, responsável por mais da metade da Região Centro-Sul de BH, e o 41º, que fica no Barreiro. "A 11ª Companhia, que responde ao 41º Batalhão, tinha na semana passada apenas duas viaturas, de um total de 12, para atender cerca de 15 bairros. Já a 125ª Companhia, do 22º Batalhão, está operando com apenas três veículos", diz.
A Aspra-MG teme que uma saída para o caso demore. "É uma lacuna que já tem quase um mês e não saberemos até quando vai durar. Licitação é uma coisa demorada. Aí não saberíamos o que seria feito. Se vão tirar carros de outras unidades para repor naquela que estiver sem, ou se os militares vão ficar a pé mesmo".
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