terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Com paralisação da PM, lojas fecham as portas em Fortaleza

Lojas de rua e de shoppings de Fortaleza fecharam as portas ou reforçaram a segurança particular com receio de assaltos e arrastões, em meio à paralisação dos policiais militares e bombeiros do Ceará, na manhã desta terça-feira (3). A Secretaria da Segurança Pública diz saber da onda de denúncias de arrastões e afirma que a maioria são boatos. O governador Cid Gomes decretou situação de emergência no Ceará neste sábado (31) e solicitou tropas do Exército e Força Nacional que policiam o Ceará desde o réveillon. Os PMs parados estão acampados em um quartel da capital, para onde estão levando os carros da corporação.

Lojas de pequeno e grande portes das principais ruas do Centro da cidade, como Floriano Peixoto e Major Facundo, começaram a fechar ainda nesta manhã, segundo constatou a reportagem da TV Verdes Mares. No Bairro Montese, a Avenida Gomes de Matos, outro importante corredor comercial, estabelecimentos também pararam de funcionar.
Algumas agências dos Correios também pararam o atendimentos por falta de segurança, segundo a empresa. Lojas da Companhia Energética suspenderam atividades nos Bairros Centro, Parangaba, Carlito Pamplona, Conjunto Ceará, José Walter, Messejana, Pajussara e nas cidades de Maracanaú e Baturité.

Nas redes sociais e no Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), são dezenas de relatos de supostas ocorrências de assaltos e arrastões. Mas segundo a Secretaria de Segurança, maior parte das denúncias são boatos. No início desta tarde, a hastag #CaosEmFortaleza era uma das mais comentadas no microblog Twitter.

Sindicato

O sistema punitivo no Brasil não realiza adequadamente nenhuma das funções próprias da pena criminal: não previne, não ressocializa nem prevê retribuição na medida certa.

A sociedade tem uma sensação difusa de impunidade. Mas as estatísticas de encarceramento são as mais elevadas desde sempre: passaram de 140 mil em meados da década de 90 a mais de 500 mil na atualidade. O número de presos no Brasil só é inferior, em termos absolutos, aos da China e dos Estados Unidos. Temos uma justiça tipicamente de classe: mansa com os ricos e dura com os pobres. Leniente com o colarinho branco e severa com os crimes de bagatela.


O sistema punitivo tem como porta de entrada o inquérito policial, passa pelo Ministério Público, pela Magistratura e tem como porta de saída o sistemapenitenciário. Seus maiores problemas estão na entrada e na saída. A atividade policial é frequentemente vista como uma atividade menor, menos importante do que a de promotores e juízes. Trata-se de um erro grave.

Uma polícia mal treinada, mal equipada e mal remunerada, sujeita a uma vida de riscos, vizinha de porta do crime, é um convite à violência e à corrupção. Nesse contexto, menos de 8% dos homicídios no Brasil são elucidados.

E são cerca de 50.000 por ano, número de mortes superior ao de países em envolvidos em conflitos armados. Já o sistema penitenciário é tão degradado e degradante que juízes e tribunais, com um mínimo de visão humanista, apegam-se a qualquer filigrana jurídica para não mandar qualquer pessoa não-violenta para suas entranhas, realimentando o sentimento de impunidade.

Em suma: o sistema punitivo brasileiro é uma combinação de truculência, impunidade e degradação.

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