domingo, 21 de dezembro de 2014

E NO PAÍS DE PRIMEIRO MUNDO dois oficiais foram mortos a tiros neste sábado (20/12); agressor declarou vingança por mortes de Michael Brown e Eric Garner


Dois agentes do Departamento de Polícia de Nova York morreram neste sábado (20/12) após serem baleados quando estavam no interior de uma viatura. Os assassinatos dos policiais Rafael Ramos, de 40 anos, e Wenjian Liu, 32, teriam sido perpetrados em vingança pelas mortes de Michael Brown e Eric Garner, assassinados pela polícia em Ferguson e Nova York, respectivamente.
O principal suspeito, identificado como Ismaaiyl Brinsley, de 28 anos, também morreu pouco depois, após fugir da cena e supostamente se suicidar em uma estação de metrô enquanto era perseguido pela polícia.
Agência Efe

Policiais prestam homenagem onde oficiais Ramos e Liu foram assassinados ontem (20/12) à noite, no Brooklyn

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Brinsley teria deixado mensagens em seus perfis em redes sociais declarando a intenção de vingar as mortes de Brown e Garner. Antes de atacar os policiais, Brinsley atirou contra sua ex-namorada em Baltimore. A polícia da cidade alertou as autoridades de Nova York sobre a fuga e o anúncio do ataque, mas o alerta não chegou a tempo de impedi-lo.
A cidade de Nova York não registrava mortes de policiais baleados em serviço desde 2011.
Tensão racial
As mortes dos policiais têm sido consideradas na imprensa internacional como um acirramento da tensão racial nos EUA. Os assassinatos de Michael Brown e Eric Garner, dois homens negros que estavam desarmados quando foram mortos pela polícia de Ferguson e de Nova York, respectivamente, assim como a impunidade conferida à polícia nos dois casos, têm causado protestos em todo o país contra o racismo e a criminalização da população negra.
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O episódio também explicitou a ruptura entre o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, e a polícia de Nova York. Blasio tem elogiado o trabalho da polícia e repudiado a violência contra oficiais, ao mesmo tempo em que defende os direitos dos manifestantes de se expressar. O prefeito, que é casado com uma mulher negra e tem filhos negros, também comentou sobre ter aconselhado seu filho adolescente a “ter cuidado” ao lidar com a polícia.
Agência Efe

Cidadãos e policiais nova-iorquinos saúdam oficiais mortos em frente ao hospital Woodhull

A declaração causou mal-estar entre o prefeito e sindicatos de policiais, que o acusam de sugerir que a polícia deve ser temida e de incitar a população contra os oficiais, além de não conter os protestos que têm tomado a cidade nas últimas semanas.
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“Há sangue nas mãos de muitas pessoas hoje – daquelas que incitaram a violência nas ruas sob a alcunha de protestos, daquelas que tentaram destruir o trabalho diário da polícia da cidade de Nova York. E este sangue começa a escorrer pelos degraus da Prefeitura Municipal, saindo do gabinete do prefeito”, declarou Patrick Lynch, diretor da Associação Benevolente de Patrulheiros, um sindicato de policiais da cidade.
De Blasio, por sua vez, afirmou que um ataque contra a polícia era um ataque contra toda a população de Nova York, e que o momento era de pensar nas famílias dos policiais, e não de fazer análises políticas. O presidente Barack Obama condenou os assassinatos e pediu que a população norte-americana rejeite a violência e expresse solidariedade pelos amigos e pelas famílias das pessoas que pereceram.

*Com informações de Agência Efe e The New York Times

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